Alcides Alves
Seminarista da Diocese de Santarém-Pará.
Estudante de Filosofia e Ciências da Religião
A comunicação não é mais a mesma, aquela que se vivia nas pequenas comunidades em que as pessoas expressavam os sentimentos de comunhão e fraternidade. Nas grandes cidades a comunicação está cada vez mais desvalorizada. As pessoas não param para ouvir a outra, cada uma está preocupada com sua própria sobrevivência.
São poucas as pessoas que perguntam ao outro: como vai tudo bem? Como foi o dia de ontem? O trabalho? Olá! Bom dia! Posso ajudá-lo (a)? Alguns valores, gestos simples, estão sendo deixados de lado, desvalorizados, principalmente, nos grandes centros em que ninguém pára. O dia parece estar terminando e ninguém fez nada. Como se fosse uma grande maratona, em que todos estão preocupados para chegar primeiro.
Ninguém sabe o nome de ninguém. Por incrível que pareça, há muitos vizinhos, moradores que não têm conhecimento do nome do outro, não sabe quando ali chegou ou quando dali foi embora. O processo de urbanização, o inchaço populacional tem favorecido a um distanciamento cada vez maior das pessoas. Nisto a comunicação e o relacionamento entre elas ganham características preocupantes, contrárias aquilo que constrói a vida.
A comunicação é aproximação, gestos simples, que proporciona a um crescimento pessoal e comunitário. Segundo o dicionário Soares Amora diz que comunicação é: “1.Ação de comunicar; 2.informação, aviso; 3. convivência.”
Diante disso, dois aspectos importantes deverão ser lembrados, bem como a ação de comunicar e a convivência. O primeiro não se resume somente no ato de transmitir notícias, de manter o mundo informado, muito embora isso seja de grande relevância para os dias de hoje, mas a comunicação vai além do que se possa imaginar, trata-se de algo mais concreto, que realmente tenha significado e dê sentido a vida das pessoas, torne-a mais próximas.
O segundo aspecto também importante para compreendermos a comunicação, pois comunicação é convivência, no sentido do coletivo, em que pessoas as diferenças possam ser compreendidas, respeitadas, aceitas e, acima de tudo cada ser humano possa contribuir com novas experiências, as quais tragam o diferencial para o grupo ou até mesmo a sociedade.
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