Talvez o preconceito mais instalado na mentalidade dos catequistas seja a incompatibilidade entre pais e catequese.
Por si só, estes dois mundos parecem repelir-se. E sei que não é assim apenas aqui na minha comunidade, ou apenas na minha paróquia. É assim um pouco por todo este pequeno Portugal adentro (e Brasil também rsrs).
Mas com mais uma reunião de pais ‘à porta’, deixo as filosofias de parte, e partilho aqui alguns dos preparativos e planos que fiz.
Um. Aviso de Recepção.
«Se os conselhos fossem bons, vendiam-se.» (autor anónimo)
A boa comunicação parte de algumas bases, uma delas é ter alguma forma de verificar se a mensagem é recebida. Não se trata de ter papéis extensos para os pais assinarem, uma simples rúbrica num destacável e uma informação breve (local, hora e tema de reunião) basta.
Bem sei que os resultados são discutíveis, mas parece-me importante existir este cuidado. Isto nunca irá dispensar um telefonema aos pais, se assim o entenderes. O importante está em procurar ferramentas adequadas.
Dois. Escolher um tema.
Aqui poderiam estar também os tópicos de discussão. Mesmo que seja apenas para uma simples conversa de café, avisem. Às vezes, é apenas uma questão de cortesia, ainda assim convém não subestimar o poder destes pormenores.
Esta reunião de pais terá como tema “A identidade da criança cristã”. Confesso que poderia ser mais apelativo, algo mais publicitário, mas as ideias em discussão encontrar-se-ão à volta deste tema - como é o caso da necessidade do exemplo do adulto cristão para a formação da identidade da criança.
Três. Ter um ponto de partida.
«O óbvio nem sempre é evidente.»
de autor anónimo
Tal como num encontro de catequese, o ponto de partida pode e deve provocar/evocar a experiência das pessoas. Para quê? Para promover “faísca” na reunião, independentemente se o fazes com um esquema (como o da imagem) ou um vídeo do youtube.
Neste caso, pretendo iniciar a discussão com uma revisão do contrato educativo: um wake up call ... ou ‘chamada à realidade’ para a catequese como resposta à vontade dos pais em procurar a comunidade, e não o contrário.
Quatro. Pelo menos, uma dinâmica.
Os pais precisam de ter voz activa na reunião. «Eu disse, eu faço, eu sinto-me bem, eu sou importante.» Só assim irão querer estar por inteiro e partilhar contigo as suas ideias, as suas experiências.
Desta vez escolhi uma dinâmica de foto-linguagem: através de imagens mais ou menos óbvias, os pais serão convidados a escolher uma e a explicar de que forma aquela imagem transmite uma das características marcantes dos seus filhos.
Para só então tentar perceber onde está a inspiração de Deus para eles, pois antes mesmo deles (pais) já Ele sonhava os seus filhos e preparava para eles uma caminhada de fé.
Cinco. Algo+.
Compromisso ou simples síntese. Algo concreto deve ficar. Desafia os pais do teu grupo a estarem mais presentes, nem que seja só para irem à missa com os seus filhos ...pelo “exemplo” deles a criança irá crescer para se tornar no adulto cristão de amanhã.
Fonte: Procatequista
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1 comentários:
Acredito que a falta de interesse dos pais nas reuniões seja primeiro por falta de um relacionamento construído entre pais e catequistas!
Devemos ter a consciência que o relacionamento com a criança e seus pais deve ser construído não somente no momento das reuniões da catequese, mais antes, durante e depois.
Na pedagogia de Jesus Ele falava as multidões, mas se lançava em conversas pessoais, Ele fazia uma catequese personalizada.Conhecia cada um e suas necessidades de forma particular e profunda, não se relacionava na superfície, mas ia em profundida, se lançava no outro, pois para Jesus fazer catequese é doar, é se doar ao outro, é amar concretamente, sem medidas, até o amor extremo!
Para nós fazer catequese deve ser como Jesus fazia, nos lançando no outro, e principalmente aos pais, para contribuir para construção da Igreja doméstica, pois nela que está a fogueira do amor de Deus e por meio dela se perpetua a Igreja.
Comecemos sorrindo para os pais, perdendo um pouco de tempo com eles quando deixam seus filhos na catequese,procuremos conhecer cada um e seus interesses, descobrir a importância para eles dos filhos irem à catequese. Conversem com o catequizando sobre a família, colha deles para conhecer os costumes, hábitos, interesses da sua família. Estimule eles a envolverem a família em suas descobertas dos ensinamentos de Jesus.Quando os pais se sentirem amados, valorizados, irão querer contribuir conosco, para a educação da fé de seus filhos.
Faço essa experiência com um grupo no Facebook dos pais dos meus catequizando, coloco o tema do encontro, coloco meditação própria para os pais sobre o tema visto, faço reflexão, conto minhas experiências, coloco o desafio da semana e peço que eles ajudem seus filhos a realizarem.Procuro colocar meditações sobre o projeto de Deus para a família e aos poucos eles vão curtindo, comentando, agradecendo e de pouquinho vamos construindo nosso relacionamento, e nos momentos que nos encontramos já teremos uma base construída, uma certa intimidade e estaremos falando a mesma língua.Não esperemos pelas reuniões,nos lancemos aos pais semanalmente, criemos essa intimidade, para que eles se sintam atraídos.
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