Por Joseilton Luz
Estive participando do 5º Seminário Nacional de Catequese junto à Pessoa com Deficiência, com o tema A IGREJA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, em São Paulo-SP. E vi uma realidade distante da nossa. Realidade essa que me questiona. Como está nossa acolhida às pessoas com deficiência? Como estão incluídas, nas atividades da diocese? Será que há eliminação de barreiras arquitetônicas (rampas com acesso ao presbitério e outros) e as barreiras da comunicação? Os deficientes estão participando da liturgia da missa? Como está a nossa Catequese? O que estamos fazendo para melhor acolhê-los?
A CF 2006 foi muito importante para a conscientização das pessoas. Foi um início para tantos e para outros um aprofundamento da atenção devida à situação e a quem vive esse drama. A presença destes nossos irmãos na catequese e nas celebrações, de modo particular, propiciou a visualização de uma Igreja samaritana, convertida.
O trabalho com pessoas com deficiência é cheio de desafios e exigências. Precisamos de uma formação sólida da parte de todos os agentes. Todos têm direito de receber o Evangelho e do acesso aos sacramentos.
Tomamos conhecimento de adaptações de banheiros e rampas de acesso, em algumas paróquias. Assim como a necessidade do sacerdote fazer o curso de Libras, para facilitar a comunicação (principalmente, nas confissões). Existem grupos de apoio, de estudo e de divulgação de Libras, extremamente, bem preparados, para lidar com os surdos e suas famílias. Infelizmente, ainda há pouco em nossas paróquias.
Temos, porém, ainda muito a fazer. A caminhada é longa. Antes de derrubar as barreiras arquitetônicas, é imprescindível derrubar as barreiras do coração. A deficiência está no olhar e é tão somente uma questão de amor.
A certeza de que podemos alterar está realidade é partir do respeito, solidariedade, esperança e da fé em Jesus Cristo que nos mobiliza para a ação acolhedora e recíproca, incluindo todos de diferentes maneiras e formas. Basta acreditar e querer.
Promover a inclusão é promover o desenvolvimento da autonomia, a possibilidade e a capacidade de fazer escolhas apropriadas, num processo ativo.
Inclusão de pessoas com deficiência à igreja é sim, uma possibilidade. Como o é a construção de uma sociedade mais digna e fiel ao reino de Deus para todos, com ou sem deficiência.